domingo, 11 de outubro de 2009

THESE FREEDOMS WE WILL FIGHT FOR, SIDE BY SIDE, THROUGHOUT OUR LIVES, UNTIL WE HAVE WON OUR LIBERTY



Dez anos era a minha idade quando eu comecei a olhar pro mundo. Eu estava em aula quando me soou esse nome: Nelson Mandela. Não que esse nome significasse alguma coisa, não que eu soubesse o que o apartheid era, nem que eu soubesse o quanto ele fez pela África do Sul, mas seu nome foi dito com tamanha admiração que a conseqüência em mim não poderia ter sido outra senão criar essa ânsia por saber mais, por saber quem, por saber como.
The Freedom Charter pra mim foi uma introdução ao mundo, ao que deveria ser o mundo. Enquanto eu lia aquelas linhas eu me perguntava se não era óbvio tudo aquilo que tava escrito, eu não entendia por que ele deveria lutar por estes ideais, já não eram esses ideais um consenso? Bem, obrigada, Mandela, por me tirar do meu mundinho; Enquanto a gente vive nessa vida classe média, a gente deixa passar muita coisa por muito tempo.(como absurdos igual ao da imagem)
E o que me incomoda, meus amigos, é que não é por falta de acesso a informção, é por falta de interesse mesmo que você conversa com um adolescente de dezesseis anos e ele não sabe te dizer quem foi Mandela, a não ser que ele tenha decorado pra alguma prova de Geografia.
Não tô aqui pra discutir política nem pra concordar ou discordar de nada, eu to aqui pra criticar apenas o que eu tenho plena certeza de conhecer. Essa minha geração de Adidas e cabelinho jogado pro lado tá de olhos fechados e é preciso alguém que "Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar, muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo. Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo e as mulheres estão ficando loucas, e há legiões carpindo a saudade de seus homens; contem-lhe que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares e é preciso reconquistar a vida. Façam-lhe ver que é preciso (eu) estar alerta, voltado para todos os caminhos, pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso."
Não me entendam mal, eu não sou o exemplo de adolescente politizada também. Sou um tanto egocêntrica e um tanto desinformada como boa parte da geração que critico.
Mas eu sei qual é a minha doença e eu quero me curar. E você?