sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eu preferi não pensar demais dessa vez.

Nando Reis nesse mesmo cd diz que as frases de caneta você não pode apagar, e essa metáfora é engraçada porque a gente nunca sabe quais são as frases que realmente vão ficar a caneta na nossa vida, até que tempo o bastante passe e você descubra o que ainda pesa.

É mentira dizer que príncipe encantado não existe, menininhas. Não fiquem falando pras mais novas sobre as suas desilusões amorosas, eles existem, sim. Eu mesma já conheci um. O problema é que a gente tem essa mania de esperar demais deles, porque eles são sempre tão certos, tão arrumados, tão perfeitinhos que a gente fica desejando que eles façam alguma coisa errada, só pra sair da rotina. Eles não fazem. Daí, não tem jeito, você vai conhecer aquele cara-problema de quem você sabe que não pode esperar nada, mas espera do mesmo jeito. Você vai morrer de amores por ele e por tudo que ele te representa, tudo que você simplesmente não tem. Esse cara cuja voz você sequer vai lembrar depois de alguns meses e cuja única característica que você vai sempre se lembrar é relacionada ao (cabelo) dele, não é o seu final feliz. Esteja certa disso. Ele vai embora, com certeza, e vai te deixar com alguma música pra ouvir, com alguns livros pra ler, provavelmente com algumas vontades típicas de break ups: pintar o cabelo, comer chocolate, ver filme romântico. E bom, "Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca, às vezes sara amanhã."
E é engraçado o número de vezes que eu já escrevi essa mesma frase, e sempre sarou. Porque, na verdade, o pra sempre é totalmente atípico na dor também.

Por incrível que pareça, eu demorei para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro inteiro pra escrever hoje.