sábado, 20 de outubro de 2012

18 de outubro

de 2009. Domingo de chuva. O céu caía naquele dia de ensaio, e deixei o colégio com desejo de me deixar molhar. Eu desejava que a chuva levasse tudo, inclusive meu coração partido, e tive certeza de que nada permaneceria depois desse dia primaveril. Tudo passa, eu me repetia, todos os encontros casuais, os ais e os hão de ser.

Nenhum de nós imaginou que aquele encontro de olhares nos seria tão importante e muito menos o por quanto tempo continuaríamos desejando os olhos um do outro. Mas as coisas já não são como eram, e não tenho desejo algum de que sejam. Crescemos, meu bem, e já somos capazes de andar em direções opostas, mesmo que com alguma mágoa, alguma dor.

Neste dezoito de outubro, você já não estava na minha vida. E eu gostaria de te dizer as coisas que eu acho que você quer ouvir: as dores pelas quais eu passei por conta da sua ausência e as músicas que eu já não posso ouvir porque me remetem a ti. Gostaria de te dizer que talvez nossas vidas se encontrem de novo e que eu espero que possamos viver mais um milhão de noites escondidos do mundo, compartilhando até o ar. Gostaria de dizer que eu sinto muito pela vida ter me tirado de ti.

Mas a verdade é que eu escolhi ir embora. E nós que achamos que nunca íamos, no final, assim como todos os casais e todos os pra sempre, eu e você também passamos.