segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Contentamento descontente

Tenho pensado muito nisso. Em amor. Na idéia que a gente tem desse sentimento puro, infinito, altruísta. E quanto mais eu penso, mais eu desacredito.
Não me entenda mal, eu acredito na excepcionalidade da vida. Eu acredito em encontros ditados pelo destino: encontros de almas, de forças, de grandezas que a gente não entende. Eu acredito em felicidade e em um fundo de satisfação na dor. Acredito em silêncios que não são constrangedores como representação verdadeira e incontestável de um sentimento enorme. Acredito em trocas de olhares capazes de fazer você esquecer de tudo o que o mundo é, foi ou pode ser. Eu acredito verdadeiramente na paixão vivida, naquilo que se sente literalmente na pele, que faz seu estômago revirar e acredito na paixão que traz saudade, desejo e toda uma reviravolta dentro de si;
Eu acredito no amor dentro de si. No real.
Porque o amor também é egoísta, é fonte de ciúmes e é tão príncipio de discórdia quanto de acordo, é instável, imprevisível.
O amor é livre, já cantava Marisa Monte pra mim, desde quando eu tinha meus dez anos. E é uma delícia, mas dá e passa...

Mas, ah! Não paremos de fantasiar...

sábado, 28 de novembro de 2009

Tu tens um medo: Acabar.

Não vês que acabas todo dia
Que morres no amor,
na tristeza,
na dúvida,
no desejo.
Que te renovas todo dia
no amor,
na tristeza,
na dúvida,
no desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas
Até não teres medo de morrer.
Então, serás eterno.

Cecília é aquela voz que me grita as verdades.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Só Sinto.

Não sei das verdades ou mentiras, não sei dos certos ou dos errados, desconheço o moral ou imoral. Não sei de por quês, de ondes nem de quandos ou quantos. Só sinto.
E às vezes sinto ardente, latejante, quase doentio. Sinto cada centímetro do meu corpo no teu corpo, cada segundo infinito do teu beijo me encontrando. Sinto como se fosse me afogar nesse sentimento. Me falta ar, me fogem as palavras, me desnorteio e desarmo com teus olhos tão, tão verde-mar. Esses teus olhos que me engolem.
E às vezes (ah! é tão fácil estar com você.) sinto o teu coração, a tua respiração, a tua serenidade. Sinto o mundo inteiro girar no nosso ritmo. Sinto esse nosso filme passando devagarzinho, à la trois couleurs. Sinto tua mão calma passeando pelo meu corpo, ouço seus pensamentos sem que você precise verbalizá-los. Eu fecho os olhos pra ouvir a sua voz me cantando as cores e as coisas pra me prender, a sorte desse amor tranquilo...
Sinto tanto que eu tenho medo. Mas só sinto...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tudo, tudo, TUDO é relativo;

Essa é a grande verdade. Conclusões são sempre influenciadas pelo ponto de vista do observador, não existem coisas como verdades absolutas ou opiniões nulas. E ignorância, meus queridos, é não aceitar isso. É ficar achando que a verdade tem dono, ficar se escondendo na intolerância, é fechar os olhos pra esse mundo de incertezas ao nosso redor.
Além do mais, relatividade é uma coisa muito bonita. Cada ser-humano tem, dentro de si, esse pedacinho de vivência, esse conceito de moralidade, essa capacidade de questionar. Somos completos, mesmo. hahaha

(post claramente influenciado por dias bons. Não sou alegre assim todos os dias. não mesmo.)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Só dure o tempo que mereça;

Não chegue na hora marcada assim como as canções, como as paixões e as palavras; me veja nos seus olhos, na minha cara lavada; me venha sem saber se sou fogo ou se sou água. Me chegue assim, bem de repente, sem nome ou sobrenome, sem sentir o que não sente. Só dure o tempo que mereças e quando me quiser, que seja de qualquer maneira; enquanto me tiver que eu seja o último e o primeiro.
Pois tudo o que ofereço é meu calor.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vamos celebrar a estupidez humana.

Hoje, vou me criticar. Vou nos criticar;
Nós, metidos a politizados que estamos sempre criticando as formas de governo, as injustiças sociais, o mau uso e o desvio de dinheiro público. Nós que sempre criticamos as censuras e as decisões judiciais compradas, criticamos os evidentes investimentos na compra de votos, os métodos mais bizarros que existem de se eleger. Nós que sempre criticamos a (des)organização governamental, a má distribuição de renda: renda essa concentrada, coincidentemente, na camada política brasileira. Nós que criticamos a (in)justiça, a hipocrisia, a safadeza alheia, a lorota, a burrice da massa, a malícia dos espertos. Nós que criticamos a falta de cumprimento da teoria, da lei, nós que criticamos as instituições sem fundamentos, as ignorantes, as intolerantes. Nós que criticamos a falta de bom senso, a falta de cidadania, a falta (ou excesso) de brasilidade. Que criticamos a estupidez, a ganância. Nós que assistimos à pobreza, ao crime, à superlotação nos presídios, à periculosidade nas ruas, ao medo, à manipulação, à cegueira da justiça, aos escândalos, ao real inimaginável.
Eu NOS critico.
Porque eu, leia-se nós, falamos muito, reclamamos muito, nunca estamos conformados. Mas parece que a voz nos some quando a próxima palavra a ser dita é AÇÃO.

domingo, 15 de novembro de 2009

What always happens.

McKenzie: So do you have a boyfriend?
Summer: No.
McKenzie: Why not?
Summer: Because I don’t want one.
McKenzie: Come on; I don’t believe that.
Summer: You don’t believe that a woman could enjoy being free and independent?
McKenzie: Are you a lesbian?
Summer: No I’m not a lesbian. I just don’t feel comfortable being anyone’s girlfriend. I don’t actually feel comfortable being anyone’s anything.
McKenzie: I don’t know what you’re talking about.
Summer: Really?
McKenzie: Nope.
Summer: Ok, let me break it down for you–
McKenzie: Break it down!
Summer: Ok. I like being on my own. I think relationships are messy and people’s feelings get hurt. Who needs it? We’re young, we live in one of the most beautiful cities in the world; might as well have fun while we can and save the serious stuff for later.
McKenzie: You’re a dude. She’s a dude!
Tom: Ok but wait–wait. What happens if you fall in love?
Summer: You don’t believe that, do you?
Tom: It’s love, it’s not Santa Claus.

Summer is SO right. Tem vários momentos desse filme que me fizeram rir de como a vida é. Em um momento o principal, fofinho, mulherzinha, e a summer, linda, de olhos claros e voz doce, estão conversando sobre relacionamentos passados dela. Ele pergunta o que aconteceu, por que acabaram, e ela responde "what always happens... life.". E é sobre isso que eu tento escrever há tanto tempo de uma forma e de outra: as pessoas vêm e vão e é assim que tem que ser. Não é falta de sensibilidade, falta de paixão, nem excesso de nada. É só como a vida é.
Ele veio, me faz bem, me faz sorrir, me faz querer abraçá-lo all the time, me faz querer fechar os olhos só pra ouvir melhor a voz dele. Mas assim como ele veio, ele vai embora - agora ou when i'm 64; mas vai.

sábado, 14 de novembro de 2009

Little black dress.

Ah, como é engraçada essa vida!

Em 2008, eu tava louca por esse cara. Até o dia em que eu, decidida como só mulheres conseguem ser, coloquei o meu melhor vestido: aquele preto, curto, que marca bem a minha cintura; o meu salto mais alto, quinze centímetros preciosos pra quem tem um metro e meio; e um batom vermelho. vermelhíssimo. O resto tava em como eu me jogava nele, he just couldn't say no. E foi assim que eu aprendi como fazer com que um cara ainda parasse pra me oferecer carona, um ano depois.
E, sabe, não fosse por esses meus sonhos bons de olhos claros, a paixão ainda estaria lá, e a carona teria sido mais do que bem-vinda.
hahaha...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Muito.

Eu amo que eu sinta tanto e tão profundamente, que eu transforme as belas pequenas coisas em infinitos, que eu aceite a intensidade como parte de mim. Eu amo mergulhar de cabeça nos mares de incerteza da vida e amo sentir o vento nos cabelos de quando eu solto o freio; amo fechar os olhos e lembrar dos cheiros, dos gostos e das cores desse meu veneno anti monotonia. Eu amo me sentir meio Vinícius, desejando que não seja eterno, mas infinito enquanto dure. Ah, eu amo que o tempo nos condene a tão pouco tempo e a vida me traga e leve as pessoas, me permitindo aproveitar cada segundinho dessa intensidade, sabendo que tudo passa.
Eu amo não conhecer o meio-termo.
E, às vezes, me odeio por isso.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Chocolate, morangos e saudades.

Parei hoje em uma Torteria pra falar de amor.
Há alguns meses atrás, esse era um programa rotineiro. Eu me apaixonaria duas vezes por semana e enjoaria e me apaixonaria de novo. E, em meio a chocolates e morangos, eu falaria de cada segundinho dessas paixões, de cada gesto, olhar e sorriso; de cada palavra, com precisão, e de cada centímetro dele: dos fios de cabelo às pontas dos dedos. E fecharia os olhos e repassaria, como num flashback, os momentos que eu sempre, sempre guardaria dentro de mim. E enquanto você falaria sobre todos os encontros, eu falaria sobre todos os dilemas. E, meu bem, a gente riria de como nós somos bobas acreditando que o amor é assim, knocking us off our feet.
Depois, a gente iria pra aquele campo, onde a gente se perderia em todo aquele verde se misturando com céu, e ouviria ao amor dos que são muito mais capazes de vocalizá-lo do que a gente é. Ouviríamos aos eu te amos alternativos e sonharíamos que amanhã eles iriam ser pra gente. Nos convenceríamos de que a vida é isso: love, love, love wherever we go.
E é bom saber, hoje, que essa poesia toda não era deles, nem pra eles. Era pra gente. O amor que a gente sonhava, a gente tem. Os sorrisos, os abraços, os olhares, o sentimento, tudo que a gente imaginava que seria tava entre a gente o tempo todo. E é por isso que a saudade é tão grande, tão infinita. Porque hoje eu tava na torteria falando de amor. Mas I just wanna sing this song with you.
Depois de tantos anos e tanta distância e tanto, eu tenho essa certeza de que
you're just about my everything.

domingo, 8 de novembro de 2009

As loucas por amor.

Eu te amarei, ó Venus, se quiseres
Que te ame muito tempo e com cordura.
E respondeu-me a deusa com ternura:
Prefiro, como todas as mulheres,
Que me ames pouco tempo e com loucura.

Ramón de Campoamor não poderia estar mais certo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Medo, sim.

Tenho um pouquinho de medo de altura, confesso. Morro de medo de muitas formigas juntas e desses insetos nojentos dos quais mulheres tem medo mesmo. Tenho medinho de falar em público e tremo só de pensar em sofrer acidentes que me deixem com seqüelas muito limitadoras, tipo perda do movimento de membros ou perda de algum dos sentidos. Mas nada disso me dá medo o suficiente a ponto de me impedir de agir. Meu medo de altura ou de acidentes nunca vai me impedir de fazer loucurinhas, tipo pular de um avião; meu medo de formigas nunca vai me impedir de fazer trilhas em lugares com aquelas formigas vermelhas e enormes que te comem vivo; meu medo de falar em público nunca vai me impedir de me expressar, com todo o pulmão que eu tiver, enquanto eu tiver o que dizer.
Mas meu pavor de fins já me privou de começos.
Me privou por tempo demais.

domingo, 1 de novembro de 2009

Persepolis.

Listen. I don't like to preach, but here's some advice: You'll meet a lot of jerks in life. If they hurt you, remember it's because they're stupid. Don't react to their cruelty. There's nothing worse than bitterness and revenge. Keep your dignity and be true to yourself.

Todos os encontros casuais.

Eu provavelmente sou a pessoa mais pessimista que você vai conhecer. Eu sempre tenho a certeza absoluta que as coisas vão dar errado, que os defeitos sempre vão se sobressair e que tudo tem seu lado ruim que, obviamente, vai ser o que a gente vai lembrar daqui a alguns anos, em um momento de monotonia. Eu não acredito em futuro. Pra mim, tudo acaba bem ali, onde começou, e tentar prolongar os momentos é burrice: as chances de uma coisa certa acabar errada são grandes demais. Eu odeio depender das pessoas. Eu não alimento sonhos cuja realização não depende exclusivamente de mim, eu não alimento (mais) esperança de concretizar o que quer que seja se isso exigir mais de uma pessoa.
Mas o que eu mais odeio na vida é perder o controle. de mim mesma. Eu odeio perceber que, meio sem querer, eu tô investindo em alguma coisa that just can't be right, que eu tô fazendo planos pra um par de pessoas, que eu tô acreditando que dessa vez vai ser diferente...
E, ao mesmo tempo, eu amo viver assim: numa correnteza sem direção.