sexta-feira, 1 de março de 2013

Amor não é coisa que acaba

Hoje eu fui ao teu encontro.
Contrariando o meu comportamento anterior e constante, eu saí de casa com a intenção de te ver. De encontrar teus amigos, se fosse preciso, de cruzar com a sua nova menina, se necessário fosse pra te ver. Saí com a mesma roupa que dormi toda a tarde e pensei em nice things to say enquanto dirigia até você.
Mas a vida carrega a gente por caminhos estranhos. Te ver, a principio, não foi ver o meu companheiro de dois anos. Aquele que me carregou nas costas sob um céu de estrelas, aquele que me olhava no fundo dos olhos domando o agressivo nato, exalando o doce. Te ver retratando amor em um palco me fez ter certeza do que já não somos. As tão conhecidas brigas sobre isso ou aquilo, os ultimatos, as palavras que doem mais ainda do que socos e chutes, e também a cama, já não são parte das duas pessoas que nos tornamos.
Daí te ver despido do teu personagem me fez te reconhecer. Amor não é coisa que acaba, eu sei. Fui arrogante com esse amor durante algum tempo, fui descrente e espalhei ele por lugares aos quais ele não pertencia. Fiz desse amor fantasma e tratei-o como uma sombra, uma ausência, uma lacuna de uma passado tão distante. Mas hoje, ele estava ali: no fundo dos teus olhos, ele estava como sempre esteve. Teu abraço já não era apertado e talvez tuas palavras não fossem mais honestas como já foram, mas o amor estava tão sincero como sempre. Tão intenso e tão evidente como sempre.
Teu amor hoje me salvou. Me buscou pela mão e me mostrou o lugar de alguma coisa perdida. Me sussurrou no ouvido que era infinito e que por isso nunca mais faltará amor na minha vida. Me disse que há alguém que agora acredita na felicidade e que espera que ela ocupe a minha vida também.
Encarei teus olhos pelo quantidade de tempo exata para ser ideal. Senti tuas mãos abraçarem as minhas, me virei e fui embora sem dizer adeus. Ao caminhar para o carro revivi algumas memórias bonitas, o dia que nos conhecemos, o dia que conheci seus pais. E agradeci ao universo por não haver nada nesse mundo que retire dos teus ouvidos as palavras que já lhe disse.
Cheguei em casa sem você, mas com uma verdade difícil de admitir: Eu também te amo e sempre vou te amar. Porque amor não é coisa que acaba, que some, que gasta, que volta invertido. Amor fica pra sempre dentro do universo dentro de nós. Ainda bem.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Certo e Errado

Me torno muda diante da intensidade da dor que senti ao longo das última semanas. Não há palavras pra descrever o escuro que me ocupou. Se é verdade que temos um universo dentro das nossas bocas, o meu tinha todas as suas estrelas apagadas, todos os seus cometas congelados, todas as suas cores dessaturadas. Mas hoje surgiu amor dentro de mim. Não luz, não esperança, mas amor.
Talvez seja a resposta atrasada à saudade correspondida ou talvez seja o sorriso a 100km'h que trocamos, sabe como é, tudo se torna tão intenso quando é efêmero. Dois meses, dois minutos, nessa minha vida uma errada anula uma certa também, mas de vez em quando, bem de vez em quando, há dias de dois acertos.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Dormir

Por um dia eu ouvi o despertador tocar com a certeza de que ele não me tiraria da cama. Por um dia eu ignorei, ou esqueci, todos os meus compromissos pra dar ao meu sono alguma horas que eu não precisava ter a mais. Por um dia eu me deitei em horas estranhas, eu assisti a sombra do sol cruzar lado a lado da janela, eu me escondi do mundo atrás das minhas pálpebras fechadas. No escuro de um quarto que não era meu, numa cama bem maior que a minha própria, eu passei horas revezando o acordado com o semi acordado, ignorando o desperto ou real, torcendo para que o mundo não estivesse mais lá fora ou para que eu já não estivesse dentro de mim.
Por um dia completo, eu dormi para não ter que viver.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

as voltas

Passei a última semana elogiando Brasília. Me lembrando o quão lindo é passar pela Ponte JK todos os dias, ver o congresso nacional bem ali do lado. Atravessar o Eixinho e ver todos os prédios iguaizinhos, alinhadinhos com todas as árvores iguaizinhas. Me lembrei de como era caminhar por essa cidade, atravessar o Eixão ouvindo Legião Urbana e me sentir parte dessa história que Brasília é, mesmo que tão nova. Sou parte da cidade mais diferentona do mundo, sou uma das primeiras gerações da capital do  Brasil, uma das primeiras a dar identidade à cidade branca, a deixá-la um pouco menos fria.
E duvidei por um momento da minha vontade de ir embora.
Não é por falta de amor, mas porque ficar dando voltas no passado me faz ficar no passado também.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Uma noite para ter a certeza de que não é aqui.

Meu primeiro grande amor está aqui, carregando seus olhos verdes pela cidade, com uma adoração eternamente pendente no peito e com a dor de quem assistiu às suas grandes certezas irem embora. Meu segundo grande amor está em outro fuso horário, com uma distância incalculável separando o meu coração, que usa de toda a sua brasilidade pra gritar saudade, da suas grandes certezas. Minhas grandes paixões estão espalhadas por retalhos das minhas memórias que se perdem na vida que eles seguiram sem mim. Não há nada mais pra mim aqui.
As curvas, os números e as singularidades dessa cidade me guiam para nada mais que um destino incompleto, revivendo as memórias que eu não quero ou já não posso recuperar. Todo o amor que eu tenho não consegue sobreviver à confusão que ele mesmo causou dentro da minha vida brasiliense, e para vivê-lo eu já não posso mais estar. aqui.
Não posso ficar. Não há nada mais pra mim aqui.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Memória

Nós enxergamos a vida através da memória, e a memória nada mais é do que a nossa interpretação dos fatos ocorridos. Não é o momento verdadeiro, o presente que depois de não mais de três segundos, é passado, é a ficção que criamos através dos nossos sentidos.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Crash

I repeat to myself every time i check my phone for your messages that that's just what i shouldn't be doing, and then i feel just like a fifteen years old, right when i have left the teens. I misread your signals, so i can't understand the obvious: you are breaking my heart again.  It does not matter how much time has gone by, how much older or wiser i've become, even how differently our lips and bodies connect. There's no fix up for you and me and this story.
No ending either.