domingo, 19 de setembro de 2010

Caminhos adversos para um futuro incerto.

Eu gosto de andar de olhos fechados. Todos os dias eu ando dois quilômetros da minha casa até o ponto de ônibus, o que me dá tempo o suficiente pra descobrir pequenos prazeres em andar no sol ao meio dia. Como carros são raros por aqui e mais ainda são pessoas, pouco eu tenho que me preocupar com a minha infinita vergonha de fazer coisas não usuais, portanto me sinto mais do que feliz de andar de olhos fechados sozinha, no calor e na luz.
Não é liberdade, a sensação. Eu continuo presa a um caminho do qual eu não posso desviar e sei, e, ao mesmo tempo, não é segurança - até porque pouco há de seguro em andar de olhos fechados no meio da rua. A sensação é de descanso. Minhas pernas, já pelo meio da subida, fazem mais esforço do que meu porte físico super atlético com imc abaixo da média pode aguentar e minha mente mal consegue organizar os pensamento com o excesso de informação que eu tenho que absorver todos os dias. Eu tô preocupada: meu pessimismo nunca foi um fardo tão grande como é agora. Eu tô cansada e só queria não precisar passar por isso em momento algum.
Eu queria poder andar tranquilamente de olhos fechados em todas as ruas. E mesmo assim saber onde eu vou chegar.