quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gostaria de escrever

Mas me sinto brega. me sinto esquecida. me sinto furiosa com a minha falta de capacidade e de coragem pra dizer todas as coisas que me pertubam;
não sou uma escritora, eu descobri. Sempre achei que seria isso que eu acabaria fazendo, mas eu me descobri uma falsificadora, uma reprodutora barata de modelos, não sou capaz de inventar histórias criativas que preencheriam meu portfólio de Oficina de Texto. Escrevo controladamente, penso controladamente, ajo controladamente.
Gostaria de não ser controlada, às vezes.
Não sou simples como minhas roupas parecem. Não sou calma como a forma como eu dialogo transparece. Não sou tranquila, não sou equilibrada.
Não caibo dentro de mim.
Mas não consigo deixar de parecer (isso).

(Meu sonho é ser livre.)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Não sei se é isso.

Não sei se é cá ou lá. Não sei se perdi o momento certo de encontrar o meu lugar ou se sou eu mesma que faço questão de me sentir perdida. Não sei se encontrei de verdade a coisa que eu quero fazer pro resto da vida, não sei se estou satisfeita com todas as coisas boas que têm me acontecido.
Não sei se fico ou passo.
...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

não

Não sou uma otimista. Gosto de começar frases por advérbios de negação. Me sinto sozinha. Talvez volte a escrever. Já quis ser escritora, mas é preciso ser triste, e minha tristeza é intensa como a de Sylvia Plath. E ela se matou. Mas o que fazer com tanto dentro de mim?
Gostaria de sentir moderadamente. Porque a alegria é insuportável, a dor é insuportável... a solidão.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Não posso mais escrever para os outros. Tá uma merda. Preciso lembrar de como é escrever pra mim mesma, descobrir as coisas pra mim mesma, defender causas por mim. Tô cansada de tentar preencher as expectativas dos outros.
Tô cansada de tentar provar pra todo mundo que eu não preciso provar nada pra ninguém.

domingo, 9 de janeiro de 2011

a subida mais escarpada e mais à mercê dos ventos é sorrir de alegria

sábado, 8 de janeiro de 2011

Ensaio sobre a saudade

1)Acho que todos temos saudades de algum momento em nossas vidas. Ou de vários.
Tenho pensado com mais constância do que deveria me permitir pensar sobre essa saudade e as manifestações dela em mim. Tenho saudade de pessoas, de cheiros, de vozes. Tenho imagens na minha cabeça do que poderia ter sido.
2)Várias coisas têm ecoado dentro de mim nos últimos tempos e eu tento classificá-las como saudade, às vezes pra não transformarem-se em arrependimentos: eu tento pensar que as injustiças não são mais do que consequências do que é natural de ser, ao invés de contrariedades às minhas expectativas. Não sei lidar com saudade, já que eu não sei o que é saudade
3)Não sei se a definição de saudade é a vontade de reaver o que já não se tem ou se é a lembrança de algo que passou. lembrança é lembrança, vontade é vontade. Eu entendo porque alguns idiomas ignoram a existência dessa palavra
4)A saudade só serve aos poetas e, os outros, ela escraviza.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sobre estar

Não queria estar aqui. E todas as minhas decisões, todo o meu turbilhão de sentimentos, toda a minha raiva e frustração refletem a minha falta de desejo de estar aqui.
Aqui, nesta cadeira, neste momento, com a mente mais viajada que os pés.
Carrego em mim a mesma decepção que minha mãe carrega para si, trinta anos mais velha, e tenho um medo infinito de estar pra sempre desejando não estar
aqui, nesta cadeira, neste momento, com a mente mais viajada que os pés.
Gostaria de não ser ordinária.