quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Happy New Year.
Mas, you know, mergulhada nos meus pensamentos, depois de algumas partidas de buraco, enquanto os primeiros testes dos fogos de artifício estouram no céu e eu mostro o meu cansaço das seis horas de viagem numa reunião familiar monótona, eu só penso em uma coisa: How I wish you were here.
Feliz ano novo, meus bens.
Feliz ano novo, meu menino. Espero que você esteja em algum lugar daí dessas ruas sem esquinas pensando em mim também.
Uma caixa e uma flor seca.
Você é... você é.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
It might be better that way.
Eu vou morrer de saudades da sua primavera. Sempre.
Trinta de dezembro. (Random Thoughts of a day like others.)
That's right, morra de inveja. hahaha
Só falei besteiras, estou consciente. Só falei das coisas com as quais eu não tenho que me preocupar, com as quais a vida pode fluir no ritmo que eu preciso, que eu adoro. Falei daquilo que eu quero que reja meu dia. MEU dia.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Individualismo.
For christ sake!
E isso é difícil pra mim, sabe? Porque como ótima capricorniana com ascendente em aquário que eu sou, todo mundo é incompetente: se eu posso fazer melhor, quem faz menos e desprezível. Não aguento falta de feeling, falta de timing, falta de jeito. Não aguento imperfeição.
Sou um nojo de pessoa. Me desculpem por isso.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Feliz Natal.
Feliz Natal.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
É Destino
Existem aproximadamente 6,477 bilhões de pessoas no mundo das quais 193 milhões moram no Brasil, 2.606.885 em Brasília. Quais são as chances de, entre dois milhões de pessoas, encontrar aquela uma - só com um olhar? Qual seria a brilhante explicação de achar aquele ser humano que te faz sorrir sozinha, que te faz suspirar e que te adora tanto quanto você o adora? Qual a probabilidade de, entre seis bilhões de habitantes, você ser feliz com um só? Um só te ser suficiente?
Não vou divagar em conceitos como alma gêmea, nem vou pesar os mitos e verdades numa balança pra tirar uma conclusão mais racional sobre destino. É só que eu aceito que existem coisas que não dá pra explicar - seja por não termos adquirido conhecimento o suficiente em cem mil anos de homo sapiência, seja por uma força cósmica nos controlar à esmo; - chame do que quiser: destino, coincidência, era-pra-ser... Seja o que for, é possível que o encontro de duas pessoas seja como um encaixe de peças certas em um quebra-cabeça. perfeito. (afirmação com uma leve, porém notável, dúvida no final)
Daqui pra frente.
Me dá vontade de fechar os olhos e fingir que nada disso me preocupa ou importa. Mas eu acordo todos os dias pensando que a vida nunca foi assim. A vida não vai ser assim pra sempre;
Só sei que canto e a canção é tudo, tem sangue eterno e asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo - mais nada.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Foi sem querer.
Mentir é fácil. Facílimo. Às vezes eu minto tão bem que eu mesma acredito na minha mentira. Mas qual é o limite das mentirinhas brancas? Existem mentiras que vêm sem querer, só pra confirmar verdades implícitas. verdades equivocadas. Tô carregando uma, admito, tá me incomodando e eu não sei o que fazer com ela. Odeio ser tão fofinha.
E agora, josé?
Vermelho.
E acho até que você me deu um fim digno na sua vida. Eu queria engolir todas as palavras e você queria soletrá-las, foi tudo uma questão de desencontros, de desarmonias. Foi tudo uma questão de tempo. E você tava mesmo certo também na hora de me dizer que não era pra ser dessa vez, simples assim. Tão simples que me foi difícil digerir. Eu não sou simples, mas você conseguiu me resumir!
E foi na tua simplicidade também que você errou, graça. Por mais que o mundo seja mais informação do que você quer interpretar, você não pode fechar os olhos pra ele, eu achei que você soubesse. Achei que você soubesse que é preciso um pouco de desequilíbrio na vida também, e eu tinha quase certeza que você sabia que é preciso se doar, só um pouquinho, de vez em quando. Eu acreditava que você era uma das pessoas que sabe que um olhar, só um encontro de pupilas, uma leitura de íris, era o bastante pra ficar ou ir embora. E que a ausência desse encontro não significa nada senão apatia.
Você não sabe disso ainda, né?
Eu espero que você saiba quando ela for embora...
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Bonito isso, hein?
Não beleza Vogue, que insiste em te dizer que você precisa ter aquele Louboutin pra ser bonita, ou beleza Elle, que consegue achar solas vermelhas genéricas tão elegantes quanto. Não, eu tava lendo um questionamento disso.
Ok, eu aceito, velha discussão essa. Mas porque é que a gente insiste em ser aquela modelo magra, linda, perfeita, photoshopada, que não existe? A indústria de cosméticos e relacionados é a que mais cresce no Brasil: aquela mesma que vende cremes mágicos que “elimina linhas de expressão em horas”, que vende absorventes que prometem “neutralizar os possíveis odores naturais.” ou aquele desodorante que diz “te manter protegida por 24horas”. E cremes depilatórios, porque “veet sabe que você busca uma pele macia e lisinha a todo momento. “ pra se sentir “linda e sensual.”.
Desde quando beleza gira em torno de não ter expressão, não ter cheiro, não ter pêlos – não ser humana, em ser a Barbie ( by the way, literalmente de plástico!)? Desde quando a gente começou a realmente acreditar que essa beleza é o atributo mais importante de uma mulher?
Não, meu deus, não é natural levantar, escovar os dentes, e depois voltar pra cama pra beijar o seu namorado. Não é normal só querer começar o seu dia depois que você já estiver cheirando a sabonete e querer se encher daquele perfume que vai disfarçar esse cheiro que você adquire durante o dia, o seu cheiro. Não é normal achar que o bom hálito e só aquele que você fica depois da balinha de hortelã. Não é mesmo natural chegar aos quarenta morrendo pra colocar logo um botox pra disfarçar aquelas ruguinhas que denunciam a tua idade, tua vivência.
A gente chegou a um ponto crítico! Estamos todas iguais, nossa individualidade foi pro ralo junto com o primeiro banho do dia. Pelo que podemos ser diferenciadas se os nossos cabelos são todos imitações das ondas loiras da Gisele Bündchen, se nossos rostos são cobertos de maquiagem MAC, se nossas peles são todas tratadas com inúmeros cremes anti naturalidade e se nossos cheiros mais sutis cheiram todos ao mesmo desodorante?
Tão crítico que surge umas bizarrices como essa: www.smellmeand.com, é, cheiro de vagina. E a gente ainda fica achando que é do cheirinho do perfume do Marc Jacobs é que eles gostam...
sábado, 5 de dezembro de 2009
Eu não te disse hoje (2)
Eu não te disse hoje.
Meu maior medo já não é te amar. É não amar.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Romance.
Eu encontrei-a e quis duvidar, tanto clichê deve não ser. Você me falou pra eu não me preocupar ter fé e ver coragem no amor, e só de te ver eu penso em trocar a minha tv num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira, e ir onde o vento for que pra nós dois sair de casa já é se aventurar.
Ah, vai me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém afim de te acompanhar, e, se o tempo for te levar, eu sigo essa hora, eu pego carona pra te acompanhar.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Contentamento descontente
Não me entenda mal, eu acredito na excepcionalidade da vida. Eu acredito em encontros ditados pelo destino: encontros de almas, de forças, de grandezas que a gente não entende. Eu acredito em felicidade e em um fundo de satisfação na dor. Acredito em silêncios que não são constrangedores como representação verdadeira e incontestável de um sentimento enorme. Acredito em trocas de olhares capazes de fazer você esquecer de tudo o que o mundo é, foi ou pode ser. Eu acredito verdadeiramente na paixão vivida, naquilo que se sente literalmente na pele, que faz seu estômago revirar e acredito na paixão que traz saudade, desejo e toda uma reviravolta dentro de si;
Eu acredito no amor dentro de si. No real.
Porque o amor também é egoísta, é fonte de ciúmes e é tão príncipio de discórdia quanto de acordo, é instável, imprevisível.
O amor é livre, já cantava Marisa Monte pra mim, desde quando eu tinha meus dez anos. E é uma delícia, mas dá e passa...
Mas, ah! Não paremos de fantasiar...
sábado, 28 de novembro de 2009
Tu tens um medo: Acabar.
Que morres no amor,
na tristeza,
na dúvida,
no desejo.
Que te renovas todo dia
no amor,
na tristeza,
na dúvida,
no desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas
Até não teres medo de morrer.
Então, serás eterno.
Cecília é aquela voz que me grita as verdades.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Só Sinto.
E às vezes sinto ardente, latejante, quase doentio. Sinto cada centímetro do meu corpo no teu corpo, cada segundo infinito do teu beijo me encontrando. Sinto como se fosse me afogar nesse sentimento. Me falta ar, me fogem as palavras, me desnorteio e desarmo com teus olhos tão, tão verde-mar. Esses teus olhos que me engolem.
E às vezes (ah! é tão fácil estar com você.) sinto o teu coração, a tua respiração, a tua serenidade. Sinto o mundo inteiro girar no nosso ritmo. Sinto esse nosso filme passando devagarzinho, à la trois couleurs. Sinto tua mão calma passeando pelo meu corpo, ouço seus pensamentos sem que você precise verbalizá-los. Eu fecho os olhos pra ouvir a sua voz me cantando as cores e as coisas pra me prender, a sorte desse amor tranquilo...
Sinto tanto que eu tenho medo. Mas só sinto...
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Tudo, tudo, TUDO é relativo;
Além do mais, relatividade é uma coisa muito bonita. Cada ser-humano tem, dentro de si, esse pedacinho de vivência, esse conceito de moralidade, essa capacidade de questionar. Somos completos, mesmo. hahaha
(post claramente influenciado por dias bons. Não sou alegre assim todos os dias. não mesmo.)
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Só dure o tempo que mereça;
Pois tudo o que ofereço é meu calor.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Vamos celebrar a estupidez humana.
Nós, metidos a politizados que estamos sempre criticando as formas de governo, as injustiças sociais, o mau uso e o desvio de dinheiro público. Nós que sempre criticamos as censuras e as decisões judiciais compradas, criticamos os evidentes investimentos na compra de votos, os métodos mais bizarros que existem de se eleger. Nós que sempre criticamos a (des)organização governamental, a má distribuição de renda: renda essa concentrada, coincidentemente, na camada política brasileira. Nós que criticamos a (in)justiça, a hipocrisia, a safadeza alheia, a lorota, a burrice da massa, a malícia dos espertos. Nós que criticamos a falta de cumprimento da teoria, da lei, nós que criticamos as instituições sem fundamentos, as ignorantes, as intolerantes. Nós que criticamos a falta de bom senso, a falta de cidadania, a falta (ou excesso) de brasilidade. Que criticamos a estupidez, a ganância. Nós que assistimos à pobreza, ao crime, à superlotação nos presídios, à periculosidade nas ruas, ao medo, à manipulação, à cegueira da justiça, aos escândalos, ao real inimaginável.
Eu NOS critico.
Porque eu, leia-se nós, falamos muito, reclamamos muito, nunca estamos conformados. Mas parece que a voz nos some quando a próxima palavra a ser dita é AÇÃO.
domingo, 15 de novembro de 2009
What always happens.
McKenzie: So do you have a boyfriend?
Summer: No.
McKenzie: Why not?
Summer: Because I don’t want one.
McKenzie: Come on; I don’t believe that.
Summer: You don’t believe that a woman could enjoy being free and independent?
McKenzie: Are you a lesbian?
Summer: No I’m not a lesbian. I just don’t feel comfortable being anyone’s girlfriend. I don’t actually feel comfortable being anyone’s anything.
McKenzie: I don’t know what you’re talking about.
Summer: Really?
McKenzie: Nope.
Summer: Ok, let me break it down for you–
McKenzie: Break it down!
Summer: Ok. I like being on my own. I think relationships are messy and people’s feelings get hurt. Who needs it? We’re young, we live in one of the most beautiful cities in the world; might as well have fun while we can and save the serious stuff for later.
McKenzie: You’re a dude. She’s a dude!
Tom: Ok but wait–wait. What happens if you fall in love?
Summer: You don’t believe that, do you?
Tom: It’s love, it’s not Santa Claus.
Ele veio, me faz bem, me faz sorrir, me faz querer abraçá-lo all the time, me faz querer fechar os olhos só pra ouvir melhor a voz dele. Mas assim como ele veio, ele vai embora - agora ou when i'm 64; mas vai.
sábado, 14 de novembro de 2009
Little black dress.
Em 2008, eu tava louca por esse cara. Até o dia em que eu, decidida como só mulheres conseguem ser, coloquei o meu melhor vestido: aquele preto, curto, que marca bem a minha cintura; o meu salto mais alto, quinze centímetros preciosos pra quem tem um metro e meio; e um batom vermelho. vermelhíssimo. O resto tava em como eu me jogava nele, he just couldn't say no. E foi assim que eu aprendi como fazer com que um cara ainda parasse pra me oferecer carona, um ano depois.
E, sabe, não fosse por esses meus sonhos bons de olhos claros, a paixão ainda estaria lá, e a carona teria sido mais do que bem-vinda.
hahaha...
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Muito.
Eu amo não conhecer o meio-termo.
E, às vezes, me odeio por isso.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Chocolate, morangos e saudades.
Há alguns meses atrás, esse era um programa rotineiro. Eu me apaixonaria duas vezes por semana e enjoaria e me apaixonaria de novo. E, em meio a chocolates e morangos, eu falaria de cada segundinho dessas paixões, de cada gesto, olhar e sorriso; de cada palavra, com precisão, e de cada centímetro dele: dos fios de cabelo às pontas dos dedos. E fecharia os olhos e repassaria, como num flashback, os momentos que eu sempre, sempre guardaria dentro de mim. E enquanto você falaria sobre todos os encontros, eu falaria sobre todos os dilemas. E, meu bem, a gente riria de como nós somos bobas acreditando que o amor é assim, knocking us off our feet.
Depois, a gente iria pra aquele campo, onde a gente se perderia em todo aquele verde se misturando com céu, e ouviria ao amor dos que são muito mais capazes de vocalizá-lo do que a gente é. Ouviríamos aos eu te amos alternativos e sonharíamos que amanhã eles iriam ser pra gente. Nos convenceríamos de que a vida é isso: love, love, love wherever we go.
E é bom saber, hoje, que essa poesia toda não era deles, nem pra eles. Era pra gente. O amor que a gente sonhava, a gente tem. Os sorrisos, os abraços, os olhares, o sentimento, tudo que a gente imaginava que seria tava entre a gente o tempo todo. E é por isso que a saudade é tão grande, tão infinita. Porque hoje eu tava na torteria falando de amor. Mas I just wanna sing this song with you.
Depois de tantos anos e tanta distância e tanto, eu tenho essa certeza de que
you're just about my everything.
domingo, 8 de novembro de 2009
As loucas por amor.
Que te ame muito tempo e com cordura.
E respondeu-me a deusa com ternura:
Prefiro, como todas as mulheres,
Que me ames pouco tempo e com loucura.
Ramón de Campoamor não poderia estar mais certo.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Medo, sim.
Mas meu pavor de fins já me privou de começos.
Me privou por tempo demais.
domingo, 1 de novembro de 2009
Persepolis.
Todos os encontros casuais.
Mas o que eu mais odeio na vida é perder o controle. de mim mesma. Eu odeio perceber que, meio sem querer, eu tô investindo em alguma coisa that just can't be right, que eu tô fazendo planos pra um par de pessoas, que eu tô acreditando que dessa vez vai ser diferente...
E, ao mesmo tempo, eu amo viver assim: numa correnteza sem direção.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
The world around us makes me feel so small
And everyone and you and yours and mine
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Tudo tende ao fim
Na minha vida, eu quero momentos. Mesmo que sejam desconexos, finitos, mesuráveis. Momentos me bastam. Eu sempre digo que tudo tende ao fim, por isso às vezes eu mesma coloco pontos finais onde deveriam haver vírgulas: pra que as coisas não terminem mal, só terminem... Então quando eu vivo esses momentos tão eternos, tão bonitos e significativos, eu tenho vontade de acabar com eles logo pra que eles não se estraguem com esse desgaste que o ser-humano cria sobre aquilo que é rotineiro, pra que eles não sejam ofuscados por aquilo que é ruim, ou que vai ser ruim. Eu tenho vontade de falar pras pessoas pararem de falar, pararem de agir, só pra não correr o risco de que isso que eu tenho guardado com tanto carinho seja ocultado por uns hão de ser que, na minha cabeça, não deveriam haver.
Então, entenda. Colocar todos esses momentos perfeitos e curtos em caixinhas de memórias, pra revisitá-los once in a while, me parece muito mais atrativo que prolongar aquilo que tende ao fim de qualquer forma, fim esse que normalmente é desastroso.
Você pode dizer que eu não corro riscos. Eu digo que eu aprendi a me cuidar.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
The little things... there's nothing bigger, is there?
Me lembro muito, muito bem da sua pele arrepiada quando a gente sentava no concreto ainda quente de final de tarde e eu te fazia carinhos na nuca. De como você olhava nos meus olhos tentando me descobrir e sempre me falava que eu era uma caixinha de surpresas. Você sabia que me desarmava, e fechava os olhos pra ouvir minha voz nervosa falando das coisas sobre as quais eu não sei falar. Nessa hora, uma mecha do seu cabelo cacheado castanho escuro cairia sobre o seu olho e eu a tiraria de lá tentado te tocar o máximo que eu pudesse. Você fechava os olhos quando ouvia música e fechava a sua mão esquerda em forma de concha, como se fosse você o guitarrista. Seu terno caro te era perfeito sob aquela luz daquele salão, e me lembro como se fosse ontem da sua boca borrada do meu batom vermelho. Sua aliança, mesmo que no bolso, sempre me incomodou.
Ah, eu vou sempre lembrar dos seus cílios loiros, da sua testa tão branca, dos seus olhinhos brilhando de admiração quando falava do seu pai. Vou sempre lembrar de como você me puxava forte contra si, como se nunca quisesse me largar, e como mordia forte meu lábio inferior.
Não é das pessoas, nem das situações, mas dos detalhes, e só dos detalhes, que eu sinto tanta falta.
O que me consola é que nessa vida eu vou ter muito do que lembrar.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Como é que se diz eu te amo
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Amo e desamo.
Mas sábado eu acordei meio fora de mim. Eu tava tão saturada de carregar um mundo nas costas que eu decidi não carregar nada. E isso me deixou extremamente bem-humorada ( e tenho estado desde então.). E é engraçado como o fluxo do mundo é assim mesmo: quando você pára de tentar é quando as coisas acontecem. Quando você aceita que não controla tudo na vida é que dá a impressoão de que o mundo tá na sua mão.
E eu odeio saber disso. hahaha...
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Eu preferi não pensar demais dessa vez.
É mentira dizer que príncipe encantado não existe, menininhas. Não fiquem falando pras mais novas sobre as suas desilusões amorosas, eles existem, sim. Eu mesma já conheci um. O problema é que a gente tem essa mania de esperar demais deles, porque eles são sempre tão certos, tão arrumados, tão perfeitinhos que a gente fica desejando que eles façam alguma coisa errada, só pra sair da rotina. Eles não fazem. Daí, não tem jeito, você vai conhecer aquele cara-problema de quem você sabe que não pode esperar nada, mas espera do mesmo jeito. Você vai morrer de amores por ele e por tudo que ele te representa, tudo que você simplesmente não tem. Esse cara cuja voz você sequer vai lembrar depois de alguns meses e cuja única característica que você vai sempre se lembrar é relacionada ao (cabelo) dele, não é o seu final feliz. Esteja certa disso. Ele vai embora, com certeza, e vai te deixar com alguma música pra ouvir, com alguns livros pra ler, provavelmente com algumas vontades típicas de break ups: pintar o cabelo, comer chocolate, ver filme romântico. E bom, "Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca, às vezes sara amanhã."
E é engraçado o número de vezes que eu já escrevi essa mesma frase, e sempre sarou. Porque, na verdade, o pra sempre é totalmente atípico na dor também.
Por incrível que pareça, eu demorei para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro inteiro pra escrever hoje.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Neobizarrismo.
Não é que eu gosto de ser assim, mas também não é que eu desgosto. Eu sou. Essa pessoa não simplesmente acordou um dia e decidiu que a vida dela seria essa novela em que as pequenas coisas seriam tsunamis, sempre. Eu sou a reação de uma série de acontecimentos; houve uma série de eventos, de pessoas, de lugares que me construíram pedacinho por pedacinho.
E a culpa é minha também por eu ter me contaminado com tantos allens e almodóvares e jeunets e resnais... por ter elegido tão cedo cecília meireles como minha preferida, por ter lido "o diário de um mago" antes de "diários da princesa" da vida... tá, mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa.
Pode ser que eu tenha escolhido essa direção nas minhas decisões, nas minhas escolhas, nas minhas respostas, mas quando é que a gente sabe onde o caminho vai dar?
Então veja bem, meu bem. Me perdoa quando eu falo e não cumpro, quando eu procuro nas minhas palavras a força pra me convencer disso ou daquilo. Tenta entender que quando eu falo que eu to fugindo, é porque eu já dei voltas demais, quando eu falo que tá tudo errado é pra ter certeza que da próxima vez vai tá tudo certo.
Quando eu digo que a vida é assim mesmo, eu acredito no que eu to dizendo, é só que eu preciso me lembrar disso de vez em... sempre.
(parabéns!)
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Deixa ser como será.
Depois de ter vivido o óbvio utópico, te beijar, e de ter brincado sobre a sinceridade e dizer quase tudo quanto fosse natural... Eu fui pra aí te ver, te dizer:
Deixa ser como será! Eu vou sem me preocupar.
Deixa ser como será! Tudo posto em seu lugar, então tentar prever serviu pra eu me enganar. Deixa ser como será! Eu já posto em meu lugar: num continente ao revés, em preto e branco, em hotéis. Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.
http://www.youtube.com/watch?v=PHj4bGpABMg
Eu tentei falar por mim mesma, mas ele fala tão melhor.
domingo, 11 de outubro de 2009
THESE FREEDOMS WE WILL FIGHT FOR, SIDE BY SIDE, THROUGHOUT OUR LIVES, UNTIL WE HAVE WON OUR LIBERTY
The Freedom Charter pra mim foi uma introdução ao mundo, ao que deveria ser o mundo. Enquanto eu lia aquelas linhas eu me perguntava se não era óbvio tudo aquilo que tava escrito, eu não entendia por que ele deveria lutar por estes ideais, já não eram esses ideais um consenso? Bem, obrigada, Mandela, por me tirar do meu mundinho; Enquanto a gente vive nessa vida classe média, a gente deixa passar muita coisa por muito tempo.(como absurdos igual ao da imagem)
E o que me incomoda, meus amigos, é que não é por falta de acesso a informção, é por falta de interesse mesmo que você conversa com um adolescente de dezesseis anos e ele não sabe te dizer quem foi Mandela, a não ser que ele tenha decorado pra alguma prova de Geografia.
Não tô aqui pra discutir política nem pra concordar ou discordar de nada, eu to aqui pra criticar apenas o que eu tenho plena certeza de conhecer. Essa minha geração de Adidas e cabelinho jogado pro lado tá de olhos fechados e é preciso alguém que "Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar, muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo. Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo e as mulheres estão ficando loucas, e há legiões carpindo a saudade de seus homens; contem-lhe que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares e é preciso reconquistar a vida. Façam-lhe ver que é preciso (eu) estar alerta, voltado para todos os caminhos, pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso."
Não me entendam mal, eu não sou o exemplo de adolescente politizada também. Sou um tanto egocêntrica e um tanto desinformada como boa parte da geração que critico.
Mas eu sei qual é a minha doença e eu quero me curar. E você?
sábado, 10 de outubro de 2009
Ato I, Cena II
HAMLET: Não parece, senhora; é. Não conheço "pareces", boa mãe. Nem esta capa sombria, nem as vestes costumeiras de solene cor negra, os tempestuosos suspiros arrancados do imo peito, as torrentes fecundas que me descem dos olhos, o semblante acabrunhado, nem todas as demais modalidades da mágoa poderão nunca, em verdade, definir-me. Parecem, tão-somente, pois são gestos de fácil fingimento. Mas há algo dentro em mim que não parece. Tudo isso é roupa e enfeite do infortúnio.
O REI: Recomenda-te, Hamlet, a natureza chorares o teu pai dessa maneira. Mas, lembra-te: teu pai perdeu um pai, que o seu, também, perdera. Ao filho vivo cabe o grato dever de lastimá-lo por algum tempo. Mas mostrar tão grande obstinação no luto é dar indícios de teima e de impiedade; é a dor dos fracos; revela uma vontade ímpia e rebelde, coração débil, mente anarquizada, inteligência pobre e sem cultivo. Se tem de ser assim, tal como as coisas mais comuns que aos sentidos nos afetam, para que nos mostrarmos rigorosos e pueris? Ora! É ofensa ao próprio céu, à natureza, aos mortos, mais que absurda para a razão, cujo princípio básico é o traspasso dos pais, e que não cessa de proclamar desde a hora do primeiro cadáver até ao morto deste instante: Tinha de ser assim.
Pra mim, esse é um dos trechos mais inteligentes de Hamlet, porque pra mim não é sobre perder um parente, pra mim é sobre perder. Aqui, a verdade dita pelo rei morto é que quando se perde, quando tudo dá errado, quando o mundo parece querer te engolir, é preciso ser forte. Prolongar o sofrimento, a perda, o drama é sinônimo de falta de inteligencia, de auto-controle, é uma ofensa ao céu, à natureza, à tudo aquilo que te é superior e que sempre te ensinou que a vida é assim mesmo, cheia de ups and downs, de intempéries. E essa é uma lição que eu ainda tô aprendendo. É foda aceitar que as coisas fogem ao seu controle, que tudo tem uma probabilidade de dar errado, não importa o quanto você se esforce, e que nem sempre as pessoas vêem e entendem as coisas do jeito que você o faz. Eu tô meio Hamlet, meio angustiada, meio Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes?
Mas tem de ser assim.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Introdução
Eu tinha um fotolog cheio de história, com uma carga de nada menos que quatro anos da minha vida. Ontem eu decidi que tava na hora de parar de viver dos ais e começar a viver dos são e dos hão de ser (apesar de parmênides...)
E foi assim que eu fui conduzida a esse caminho daqui. E é bom que você saiba desde esse primeiro momento, meu querido, que os hão de ser é, na verdade, uma série de dramas e hipérboles, umas grandes desilusões amorosas, alguns debates sobre aquilo que nunca muda e o encontro e desencontro de mim comigo mesma, porque eu não sei quem eu realmente sou, mas, a partir desse exato momento, eu decidi que
eu não preciso saber.
ps.: é um filme diferente dessa série de dramas e desilusões e debates e desencontros que é a vida?