Era eu quem queria erosão.
Era eu quem queria alguém que me olhasse nos olhos com verdade. Mesmo que a verdade fosse álcool e Stálin. Eu queria alguém que me dissesse somente a quantidade de coisas boas de se ouvir suficiente pra me fazer querer mais do que as coisas boas, alguém que me beijasse com desejo de me abraçar e me abraçasse com desejo de me beijar. Era eu quem queria ser com alguém, não ter alguém. Era eu quem queria erosão. E eu encontrei: na mistura de mim mesma com aquele de quem o corpo eu sei de cór. De quem conheço todos os pêlos e gostos e rosto. Encontrei beleza na dificuldade e tranquilidade no tormento.
E você transformou-se num personagem.