E foi assim que começou essa saga interminavelmente frustrante dessa etapa da minha vida. Eu não sabia nem quem eu era, mas sabia que eu queria ser a pessoa que eu sou hoje, tirando o pequeno detalhe de que tudo, em algum lugar dos sete anos vividos dentro daquelas grades, acabou desabando em um precipício de errados. Tirando que hoje eu entrei com vergonha no palco onde eu sonhei em estar. Tirando que What a Feeling não é mais dançado com a frequência que era, e, quando é, os macacões verdes se limitam à meia dúzia de meninas aparentemente mais esforçadas do que eu consegui ser. Tirando que a única música dos anos 60 que eu dancei passou bem longe de pingos de chuva e guarda-chuvas glamourosos. Tirando que a minha sapatilha vai ficar dentro da gaveta por um tempo que ninguém realmente sabe quanto.
Tirando que, se eu ainda fosse aquela espectadora assídua de nove anos das apresentações de dança do colégio, não seria em mim que eu quereria me espelhar. Eu não ia querer ser aquela menina chorosa do palco.