número um (18:43)
Eu me perco em horas. Eu me perco nos minutos dos meus dias e me sinto sufocada pelo que eu devo. Pelo que eu posso. Eu já não sei onde e porque eu estou, eu apenas estou espalhada pelos lugares por onde já fui carregada. Não sei se em algummomento eu já escolhi o meu prórpio destino e me esqueci, ou se não é destino de ninguém escolher o próprio.
número dois (19:05)
Eu quase perdi um ônibus hoje por me distrair com os faróis dos carros que passavam. Me distraio com luzes, com faixas, me distraio com a própria vida. Às vezes duvido da minha própria certeza de que a gente tá nesse mundo por uma razão. Talvez a gente esteja aqui pra assistir mesmo...
número três (19:22)
Não tô propriamente infeliz. Não tô realmente com um medo constante que me impede de me deixar levar por amor e semelhantes. Eu estou ausente o tempo todo. Eu não estou dentro fe mim e não sei se vou voltar.
número quatro (20:00)
Hoje eu percebi que não sei mais ler o seu olhar. Desaprendi. Talvez eu não esteja ausente de mim, talvez eu esteja tão presente que eu mesma oculte a visão do externo. Será que você se tornou externo a mim?
número cinco (alguns minutos depois)
Será que é você que não me permite mais te ler?
número seis (mais alguns minutos depois)
Talvez eu esteja sofrendo e não saiba. Quão idiota é isso?
número sete (20:26)
Às vezes eu fico lendo coisas que escrevi e vendo desenhos meus e fico pensando em que eu estava pensando no momento em que os criei. Não tenho deixado de chorar por nenhum dia.
número oito (20:45)
Eu queria saber a razão de certas coisas, mas acho que isso todo mundo quer.