terça-feira, 29 de junho de 2010

Na verdade, eu não quero me condenar a nada

Minha relação com as palavras mudou.
Eu ainda gosto de português, ainda sou capaz de passar horas lendo e escrever ainda me dá um prazer enorme, mas é diferente.
Há alguns anos, eu acreditei que talvez fosse isso a minha predestinação: escrever. Como a minha mãe, sempre fui muito boa com palavras e sempre entendi aquelas funções sintáticas bizarras que fazem alunos normais gritarem de dor. Sempre gostei mais de poesia do que de prosa por, desde muito nova, compreender que a linguagem possuiu mais significados do que o ser humano é capaz de atribuir. E ganhei alguns prêmios e algumas boas notas em redação que me deram alguma certeza de que eu poderia não ser de todo ruim.
No entanto, e talvez isso seja um erro, talvez não, eu parei de manter um diário, parei de escrever com freqüência e deixei de lado, aos poucos, toda a minha relação tão próxima com as letras.
Eu não sei se eu quero escrever pelo resto da minha vida.
Nesse momento, eu só quero fazer outras coisas, quero começar tudo de novo. Quero explorar todas as possibilidades dentro de mim, sejam artísticas ou não

Se eu acabar sendo uma economista, me desculpem (previamente).

o agora já é passado, o presente é eterno ou o futuro é obrigação?

Estou em milhares de pensamento e especulações sobre o que há de ser a partir de agora.
Vi um vídeo chamado The Secret Power of Time hoje, dizia que (tradução) existem 6 principais zonas do tempo em que as pessoas vivem, 2 focam no passado, 2 focam no presente e 2 no futuro.
As pessoas que se focam no passado, (a) ou tendem a se lembrar do bons e velhos tempos: dos sucessos, dos aniversários, mantém álbuns de família, mantém rituais de família... Sendo chamados de past positives (passado positivos?), (b) ou tendem a se lembrar apenas dos arrependimentos, das falhas e de todas as coisas que deram errado. Sendo chamados de pessoas past negatives (passado negativos?).
Depois, existem as duas formas de se orientar pelo presente: O primeiro é sendo hedonístico: quando você vive o prazer e evita dor. Neste caso, você procura conhecimento, procura sensações. O segundo é acreditando que a vida não é como planejada, afinal, você é condenado pelos diversos fatores que atuam na sua vida: religião, pobreza...
E a maioria de nós é orientada pelo futuro, nós aprendemos a trabalhar ao invés de brincar, aprendemos a resistir às tentações. A outra forma de ser future oriented é, dependendo de sua religião, acreditando que a vida começa depois da morte do corpo mortal. Se você é orientado pelo futuro, você precisa lembrar de que quando você toma uma decisão, ela vai trazer conseqüências, por exemplo, se a inflação está alta, você não vai colocar dinheiro no banco, porque você não pode confiar no futuro.
Uma coisa interessante é que, em teoria, quanto mais perto você está do equador, mais orientado pelo presente você é, porque você está em um ambiente em que o clima não muda, e isso te dá uma noção de mesmice, ao invés de mudanças.
Outra é que protestantes em qualquer lugar possuem uma maior produção em relação aos países católicos, isso porque na tradição protestante as pessoas trabalha para serem bem sucedidos e demonstrarem que são o povo escolhido de deus, enquanto os católicos perpetuam a sua posição tradicionalista.

Enfim, o meu ponto é: qual é a orientação do tempo que realmente deveríamos ter? Nós nascemos todos hedonistas, procurando prazer e evitando dor involuntariamente, então o que há de mal em continuarmos inconsequentes e temporariamente satisfeitos? Ou será que na verdade, como animais sociais, somos obrigados a adaptarmos nossa orientação de tempo de acordo com a evolução das relações socias - o que, em um âmbito menos pessoal evitaria N conflitos entre nações.- e que, ao mesmo tempo, nos obriga a pensar mais rápido, procurar mais informação, passar o quanto antes no vestibular...?

domingo, 6 de junho de 2010

Realidade

Não, não sou dona da verdade. Não tenho certeza de como as coisas funcionam no nosso mundo e não teria mesmo que fosse uma doutora em psicologia da sociedade. Sei do que é real agora, pra mim. Sei que tenho ficado imersa em realidade demais, que tenho visto todas as minhas limitações humanas expostas e tenho tomado, mais do que nunca, consciência de tudo aquilo que me impede de realizar as coisas com as quais eu sempre sonhei. Não é que não sejam possíveis, mas são absolutamente improváveis. Não, eu provavelmente nunca vou salvar a Mongólia, não, provavelmente nunca vou transformar os países do oriente médio em laicos, não, eu provavelmente não vou acabar com o conflito na Caxemira. Eu provavelmente nunca vou expor agressivamente a corrupção do nosso governo- não de forma a ser verdadeiramente ouvida-, e provavelmente nunca vou falar fluentemente 25 línguas. Nós provavelmente vamos perpetuar a nossa raça sem muitas inovações: quando morrermos as religiões ainda vão ser intolerantes, o modo capitalista não vai entrar em colapso, o mundo ainda vai estar ameaçado pelas mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Apenas um de nós vai ser um Steve Jobs, e apenas poucos de nós seremos ativistas radicais dispostos a ir até as últimas consequencias pelo sonho infantil de salvar o mundo - e até estes corajosos, como o resto, farão pouco.
Faremos pouco, eu sinto muito. Tão pouco...
Então a qual parâmetro devemos nos apegar ao decidir o que queremos das nossas vidas. A quais limitações devemos nos ater?

Meu mapa astral diz que eu gosto de discussões filosóficas sem fim.